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Portugal: conheça o panorama digital

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Ao longo dos anos temos vindo a assistir ao crescimento do mundo digital. Em Portugal, a tendência não é exceção. Assim, como se encontra, atualmente, o panorama digital de Portugal?

A We Are Social e a Hootsuite realizam, anualmente, vários relatórios que apresentam o panorama digital do mundo e de vários países, inclusive Portugal, onde são revelados dados e tendências relacionados com a utilização da Internet, das redes sociais, do telemóvel, do ecommerce e do marketing digital.

Assim sendo, fomos descobrir o panorama digital do nosso país, que, à data, contava com 10,18 milhões de habitantes, 66,6% dos quais viviam em zonas urbanas e 33,3% em zonas rurais. Olhemos para os vários temas, individualmente:

A UTILIZAÇÃO DA INTERNET

No que toca à utilização da internet, destaca-se que 8,58 milhões de habitantes (o equivalente a 84,2% da população) utilizam a internet, o que representa um aumento de 0,7% face a 2020. Em média, diariamente, são despendidas 7 horas e 20 minutos por parte de cada um destes habitantes no que toca à utilização da internet.

Nesta utilização da internet, podemos focar-nos nas pesquisas realizadas. Os cinco sites mais procurados foram o Google.com, o Youtube.com, o Facebook.com, o Google.pt e o Sapo.pt, enquanto, no que toca aos temas, ficaram no pódio a “meteorologia”, o “Facebook”, o “tradutor”, o “tempo” e o “Google”.

Para estas pesquisas online, 99% das pessoas usaram um search engine convencional, seguindo-se as ferramentas de reconhecimento de imagens (46,2%), as redes sociais, que continuam com uma utilização crescente, para a pesquisa de marcas (43%), e os comandos de voz (21,5%).

Apesar de uma utilização generalizada da internet, continuam a ser expressadas uma série de preocupações no que toca à privacidade e ao bem-estar, que têm vindo a ser destacadas ao longo dos anos: 75,7% dos utilizadores de internet expressaram preocupação face ao que é falso (ou não) na internet – o que nos pode remeter, por exemplo, para o crescente problema associado às fake news, que têm vindo a minar a confiança das pessoas na internet como fonte de informação; mais de metade dos utilizadores (53,9%) expressaram preocupação face à utilização de dados por parte das empresas, assunto que tem vindo a ser debatido ao longo dos anos.

De notar ainda que 19,1% decidiu medir o tempo passado online, de forma a limitar a utilização das apps, o que mostra uma maior consciencialização e preocupação para o tempo despendido nas aplicações móveis.

A UTILIZAÇÃO DE REDES SOCIAIS

Dos 10,18 milhões de habitantes de Portugal, 7,8 milhões utilizam as redes sociais (76,6%), contando, cada um, com uma média de 8,7 contas em redes socais (ainda que aqui se englobem as redes utilizadas em contexto laboral), nas quais despendem, em média, 2 horas e 18 minutos.

As plataformas mais utilizadas passam pelo YouTube (92,1% dos utilizadores têm conta nesta rede), Facebook (88,2%), WhatsApp (82,5%), Facebook Messenger (79,4%) e Instagram (75,3%), com as restantes a serem utilizadas por menos de metade dos utilizadores.

E o que podemos destacar de cada rede? Tomemos cada uma em atenção:

1 – No Facebook, é possível alcançar, através de anúncios, um total de 6,3 milhões de utilizadores, o que representa cerca de 69,5% da população com mais de 13 anos.

A média da taxa de engagement no Facebook é de 0,10%, sendo que as publicações com mais engagement por parte dos utilizadores são as que contam com vídeos (0,20%), seguidas de fotografias (0,13%), de publicações relativas ao status (0,09%) e de publicações de links (0,05%).

Relativamente à presença na rede social, apesar de a diferença ser pouca, é possível encontrar mais mulheres (52,4%) do que homens (47,6%), sendo que são estas primeiras que contam com uma atividade mais frequente na rede social: colocam mais gostos em páginas, gostam de mais publicações, comentam-nas e partilham-nas mais, sendo mais propícias a clicar em anúncios.

2 – No YouTube, podem ser alcançados através de anúncios um total de 7,02 milhões de utilizadores, o que representa 71,2% da população com mais de 18 anos em Portugal, sendo que, estão presentes quase tantas mulheres (49,7%) como homens (50,3%).

3 – No Instagram, são 4,8 milhões de utilizadores que podem ser alcançados, o equivalente a 53% da população total de Portugal com mais de 13 anos. Estão presentes mais mulheres (54,2%) que homens (45,8%).

4 – O LinkedIn conta com um total de 3,50 milhões utilizadores, o que representa cerca de 40,9 % da população com mais de 18 anos. Há mais utilizadores masculinos (51,5%) que utilizadores femininos (48,5%).

5 – O Snapchat e o Twitter contam, cada um, com um total de 1,10 milhões de utilizadores, o equivalente a 12,1% da população. Aqui, verificamos que, enquanto no Snapchat a presença feminina (66,7%) é largamente superior à masculina (32,6%), no Twitter a tendência é a oposta, estando presentes mais homens (67,2%) que mulheres (32,8%).

6 – Finalmente, no Pinterest podemos encontrar 1,63 milhões (cerca de 19% da população), dos quais 80,6% se tratam de mulheres e 14,9% de homens.

Verificamos então que a maior presença de utilizadores é nas redes sociais YouTube, Facebook e Instagram, que contam sempre com o equivalente a mais de metade da população portuguesa, sendo que, apesar de ligeiras diferenças, a utilização é feita tanto por homens como mulheres. No Snapchat, Twitter e Pinterest, que contam com bem menos utilizadores, verificamos que a diferença de utilização por parte de homens e mulheres é consideravelmente grande.

A UTILIZAÇÃO DO TELEMÓVEL

Quando falamos da utilização de telemóveis, verificamos que existem 15,8 milhões de conexões (ou seja, de cartões SIM), o equivalente a 155,1% da população portuguesa.

Relativamente aos sistemas operacionais utilizados, 74% (-4,9% face a 2020) utilizam Android, 25,7% (mais 17% face a 2020) usam Apple, seguindo-se, com muito pouca proeminência, a Samsung 0,1% (mais 40%) e “outros”, com 0,3% (mais 19%).

Relativamente às categorias de aplicações móveis mais utilizadas, destacamos as aplicações de chat (95,8% dos utilizadores de telemóvel, utilizam estas aplicações), aplicações de redes sociais (96,2%), aplicações de entretenimento e de vídeo (86,4%), aplicações de mapas (82,2%) e aplicações de shopping (66,7%).

A UTILIZAÇÃO DO ECOMMERCE

O ecommerce tem vindo a crescer, e não podemos ignorar que a pandemia, e o confinamento dela decorrente, também tiveram um impacto neste crescimento.

Assim, podemos verificar que, em Portugal, 5,11 milhões de pessoas compraram bens online, um aumento de 19,5% face ao ano anterior.

Além disso, podemos destacar outros números: 89,5% dos utilizadores de internet entre 16 e 64 anos pesquisaram um qualquer produto ou serviço para comprar; 80,8% dos utilizadores visitaram um site ou uma loja online, 66,7% usou aplicações de shopping num telemóvel ou num tablet, e 69,1% dos utilizadores compraram um qualquer produto online.

Quem mais comprou foram utilizadores com idades compreendidas entre 25 e 35 anos (75,4% compraram), seguidos de utilizadores com idades compreendidas entre 35 e 44 anos (71,5%), de utilizadores com idades entre os 45 e os 54 anos (70,6%). Ainda com mais de metade a realizar compras online, mas com uma ligeira menor proeminência encontram-se os utilizadores mais novos, com idades entre os 16 e os 24 anos (62,3%) e os utilizadores com idade mais avançada, com idades entre os 55 e os 64 anos (61,8%).

Relativamente aos gastos em compras online, a categoria de viagens, mobilidade e acomodação continua a contar com gastos superiores, mas foi aquela que teve uma maior quebra, de 48,9% (podemos justificá-la com a pandemia). Segue-se a categoria de moda e beleza (com um aumento de 21,1%), e a categoria de eletrónica e de media físicos (com um aumento de 15,6%).

OS HÁBITOS DE MARKETING DIGITAL

No que toca ao âmbito do Marketing Digital, tomemos em atenção as formas de descobrir e pesquisar marcas, bem como os anúncios digitais.

Relativamente à descoberta de novas marcas, as recomendações “boca-a-boca” continua a existir (39,3% das novas descobertas foram assim), mas seguem-se logo por anúncios na televisão (38,9%), search engines (38,8%), anúncios nas redes sociais (33,8%), e monitores nas lojasou promoções (31,2%).

Já no que toca à forma de pesquisar marcas, destacam-se os search engines (64,6%), seguidos das redes sociais (43%), dos sites de comparação de preços (38,7%), dos próprios sites de produtos e marcas (35,9%) e das reviews de consumidores (22,6%).

Para alcançar mais pessoas digitalmente, os gastos em anúncios digitais, independentemente da sua forma, aumentaram 1,3%, com destaque para os anúncios de pesquisa digital, que contam com um aumento de investimento no valor de 3,6% e os anúncios nas redes sociais, com um aumento de investimento no valor de 5%.

O relatório acerca do panorama digital é realizado anualmente, sendo possível notar as diferenças que ocorrem no mundo digital de ano para ano.

Verificamos então que o número de utilizadores de internet continua a aumentar, bem como o tempo passado nela. Associado a este crescimento, no entanto, continuam a existir uma série de preocupações que, tanto quanto parece, vieram para ficar e até mesmo crescer.

Já no que toca às redes sociais, cuja utilização continua a crescer, podemos usar os números que aqui temos para, na hora de colocar anúncios nas redes sociais, adaptando sempre o conteúdo ao nosso público, recordar-nos de onde poderemos ter maior alcance.

Com uma utilização do telemóvel ainda muito grande e uma utilização do ecommerce crescente, podemos verificar que neste ano a pandemia deixou as suas marcas.

Finalmente, no que toca ao marketing digital, é possível verificar onde podemos dar a conhecer as nossas marcas, e onde já há cada vez um maior investimento, com destaque para as redes sociais.

Este era o panorama digital do nosso país em janeiro de 2021. Será que nos meses que temos pela frente as tendências se vão manter ou mudar radicalmente? A pandemia vai continuar a deixar a sua marca no mundo digital? Em 2022, voltamos a descobrir.

Por Sofia Neves, press officer na Media em Movimento

Fontes:

https://datareportal.com/reports/digital-2021-portugal