Um ano após o início da pandemia, a PME Magazine juntou-se à More Results, uma empresa especializada em estudos de mercado e, juntas, lançam o barómetro sobre “A realidade das empresas portuguesas”. Tendo como amostra 351 pequenas e médias empresas (PME), o barómetro revela a realidade vivida pelas PME em várias áreas, onde se verificou que 43,5% das empresas previam contratar nos primeiros três meses do ano, nomeadamente para as áreas de operação (51,1%) e vendas (35,9%).
Depois de o Governo disponibilizar várias medidas de apoio, a maioria das empresas inquiridas admite ter recorrido a pelo menos uma das medidas de apoio disponíveis durante 2020, com destaque para o layoff simplificado. Além disso, sobre recorrer à banca em 2021, mais de metade das empresas em análise afirmou sentir-se otimista e acreditar que não vá ser imprescindível, e os que identificaram essa necessidade (13,4%) tinham como objetivo o investimento e, só depois, a reposição dos valores e da tesouraria.
Ainda assim, foram registadas quebras nas vendas em 2020 face a 2019, apesar de no último trimestre do ano serem identificadas algumas melhorias. Quando abordado o primeiro trimestre de 2021, revelou-se uma incerteza moderada, ainda que 41% dos inquiridos afirmem acreditar no crescimento ou pelo menos na manutenção dos níveis de faturação registados em 2019.No que diz respeito ao teletrabalho, que se implementou logo desde o início do primeiro confinamento, a maioria das empresas em análise concordou haver um impacto negativo no espírito de equipa, apesar de percecionarem elementos positivos no equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Sobre a produtividade, as opiniões dividem-se com 37% a não considerar ser mais produtivo em teletrabalho e 39% a achar que o é.
Relativamente ao impacto nos quadros das empresas inquiridas, apesar de a maioria (63,5%) não registar alterações no último trimestre de 2020, as reduções atingiram 20% do total das PME em análise.
No que diz respeito ao marketing e às vendas, com a média do orçamento alocado ao marketing entre os 6,5% e os 10%, 24% das empresas revelou estar neste intervalo, apesar da contenção a que a pandemia obrigou. No entanto, 57,8% das empresas em análise alocou menos do que a média apontada.
Os investimentos em marketing realizados no quarto trimestre de 2020 tiveram uma maior fatia do orçamento das PME alocada a campanhas em redes sociais e trade marketing. Quando inquiridos sobre os investimentos previstos em 2021, a maioria das empresas revelou a intenção de não ir além dos 10%. As campanhas em redes sociais e em motores de busca foram, para estas empresas, as áreas onde mantiveram o investimento.
No que toca aos desafios de 2021, as vendas foram o principal desafio, seguindo-se a coesão de equipa e a transformação digital. De forma a ter uma perceção mais geral, as empresas inquiridas revelaram-se tendencialmente pessimistas, sobretudo as de alojamento, restauração e similares, as que existem entre 11 e 15 anos e as empresas com um volume de negócios de mais de 10 milhões de euros.
Com base nas informações recolhidas, foi construído um índice de otimismo, que nos indica que as empresas ouvidas ainda estão indecisas e moderadamente pessimistas, embora prevejam contratar, repor/manter níveis de faturação ou mesmo investir em marketing, o grau de incerteza decorrente da pandemia, leva a que sejam cautelosos nas suas previsões de 2021.
O estudo completo está disponível mediante requisição para o email info@pmemagazine.com.