Uma simples entrevista tem o poder de catapultar ou quebrar uma empresa e é preciso estar preparado para qualquer tipo de contacto com os jornalistas, pois são estes que passam a mensagem para a esfera pública.
Há, também, diferentes formatos de entrevista e não é aconselhável descurar qualquer um. Vão desde conversas descontraídas com jornalistas, a respostas escritas, passando por entrevistas em rádio e televisão e, mais recentemente, conversas online por vídeo conferência.
Todos estes formatos têm características diferentes, mas há sempre um denominador comum: Não há off the record, isto é, passar informação que não deve ser publicada.
E porquê? A resposta é simples, por mais que tenha uma boa relação com o jornalista, o mesmo pode, involuntariamente, passar a mensagem a outra colega que, sem estar ao corrente de que esse conteúdo foi passado em “off”, pode fazer um artigo sobre o assunto em questão. São relações que convém serem geridas “com pinças”, preferencialmente por equipas especializadas em assessoria mediática.
Passagem de informação
Lembre-se: a mensagem que quer transmitir, tem de ser passada ao jornalista. Se você não a transmitir, não estará no artigo. Aplica-se o mesmo à premissa de que o que não pode ser publicado, não deve ser dito.
É igualmente relevante destacar os pontos fundamentais e chamar a atenção do jornalista para os mesmos. Contudo, importa também evitar comentar sobre declarações de outrem, pois podem gerar suscetibilidades desnecessárias, assim como será necessário igual cuidado ao especular sobre o que ainda vai ser feito e pode não acontecer.
Resumindo, considere sempre o interesse público, pois quem está a dar a entrevista é a fonte do jornalista.
Postura
Para além da forma como responde às questões que lhe são colocadas, existe um outro fator que pode influenciar como é avaliado pelo jornalista durante uma entrevista: a sua linguagem corporal. Parecendo que não, o corpo também fala.
Neste sentido, é importante evitar gestos que conotem nervosismo e/ou inibição como o cruzamento de braços ou desculpar-se por não se sentir preparado.
Relativamente à conversa, propriamente dita, o nosso conselho é que fale com um tom de voz firme, credível e simpático e evite estar com a cabeça ou olhos baixos.
Sobretudo, é essencial demonstrar sempre uma posição de abertura.
Relacionamento com o jornalista
Além do off the record, anteriormente referido, importa enaltecer que o relacionamento com o jornalista é muito importante. Assim sendo, não olhe para o entrevistador como um amigo, mas também não como um adversário, pois, o objetivo do jornalista é sempre fazer uma boa reportagem e ver a sua capacidade e profissionalismo reconhecidos.
Neste sentido, não interrompa o jornalista e espere que ele faça as perguntas até ao fim, respondendo diretamente para o entrevistador e não para a câmara (caso a peça seja gravada).
Transmita cordialidade e objetividade nas respostas dadas, mas, e acima de tudo, respeito pelo jornalista.
Importância do Media Training
Não descure a importância do media training, pois se estiver preparado para a conversa que irá ter, com total foco nestes e noutros pormenores que fazem a diferença, certamente aproveitará, da melhor maneira, a oportunidade de falar para milhares de pessoas.
Sim! Efetivamente, estará apenas a conversar com uma pessoa, mas será ouvido por muitas mais e essa é a força de uma boa entrevista.
Potencialize as suas oportunidades de comunicação connosco.
Por João Carreira, press officer na Media em Movimento