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A linguagem das cores na comunicação assertiva

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Cor também é linguagem e, assim como todos os idiomas têm uma gramática, sintaxe, morfologia e etc., as cores também têm os seus sistemas próprios. As cores assumem diferentes significados ao interagirem umas com as outras, tal e qual como as palavras, e, ainda, grande maioria das pessoas vê a cores, cria conexão e remete certas cores às memórias e às vivências culturais ou individuais. Por isso, é importante que a comunicação preveja  uma paleta que seja condizente com a intenção e com o conteúdo da informação.

Praticamente todos os elementos da comunicação visual e escrita podem ser  combinados com escolhas assertivas de cores: a tipografia, uso de fios e adornos, contrastes, alinhamentos, repetição e agrupamento, simetria e assimetria e, é claro, imagens e ilustrações.

A primeira coisa em que precisamos de pensar ao escolher as cores para uma comunicação assertiva é pensar no meio em que essa mensagem estará, uma vez que há diferenças no alcance das cores a depender deste meio.

O olho humano consegue ver mais do que, por exemplo, as telas de computadores conseguem projetar, mas as telas projetam um alcance de cor maior do que os meios impressos. Por isso há tanta diferença na perceção das cores e são utilizados sistemas de cores diferentes para comunicações impressas e digitais.

Para as comunicações digitais é utilizado o modelo aditivo RGB (red, green, and blue, ou seja, vermelho, verde e azul em inglês). É chamado de aditivo pois, quanto mais cores mais branco, e as cores nas telas são cores de luz, ou seja, é uma cor que vem da luz que está projetada em direção ao nosso rosto.

Para as comunicações impressas o modelo de cores a ser usado é o modelo subtrativo CMYK (Cyan, Magenta, Yellow, and Key, ou seja ciano, magenta, amarelo e preto, representado pelo Key). A cor neste modelo é pigmento e não luz, pelo que quanto mais cor exista, mais preta será. Essa cor é refletida e não projetada.

Existem outros modelos, como por exemplo o Pantones, para resolver a questão do alcance e da diferença na percepção da cor em comunicações impressas. O CMYK tenta aproximar  as tonalidades impressas das cores projetadas nas telas, mas não os torna idênticos. Já os Pantones são cores especiais que, geralmente, utilizam mais de cinco canais (não é uma regra) para obter a tonalidade ideal.

Para além disso, é necessário lembrar o referencial do uso de cores no inconsciente coletivo. Apesar de alguns significados de cores parecerem óbvios, é importante ressaltar que a psicologia das cores não se aplica universalmente. Temos de ter em conta a história do grupo de pessoas com as quais queremos comunicar. Por exemplo, em alguns lugares da Europa o azul pode remeter à guerra, uma vez que a Prússia usava tons de azul no uniforme militar (existe uma cor chamada azul prussiano). Já nos países americanos e latinos, esta cor seria o verde ou ainda a sua tonalidade “verde militar”. Indo mais além, apesar de no mundo físico a cor mais quente ser de fato o azul,  no mundo visual e, por isso, no entendimento geral, as cores relacionadas ao calor são os amarelos, laranjas e vermelhos.

O círculo cromático pode ser um bom referencial nessa etapa, pois ajudará na harmonização do uso de cores, o que tornará a comunicação mais atrativa e permitirá escolhas mais conscientes. Existem diferentes tipos de harmonia entre as cores. A primera que podemos citar é a monocromática, que utilizará um mesmo matiz, ou cor, mas em tonalidades diferentes. Já a hamonia análoga é quando usamos as cores adjacentes: por exemplo, se a base for vermelha, as cores utilizadas  como suporte serão o magenta e o laranja. Em seguida podemos citar a triádica, em que se monta um triângulo dentro do círculo cromático. Já a harmonia complementar usa a cor na posição oposta do círculo da cor principal. Temos ainda a harmonia complementar dividida, que é quando, no lugar de usar a cor diretamente oposta do círculo cromático, se utilizam as cores adjacentes a ela.

Há outras harmonias que podem apoiar à criação de um bom planeamento semiótico baseado em cores e nós podemos ajudá-lo com isso.

Por: Emanuelle Bezerra, international account na Media em Movimento

Fontes:

Nespe – Núcleo de Estratégias e políticas Editoriais